quinta-feira, 28 de março de 2013

Hangover

Continuando o post anterior, no final de semana tava louco pra passear, mesmo com o frio. Porém é humanamente impossível andar pelas ruas (mesmo para um gordo com uma boa capa de gordura) à uma temperatura de -2ºC com sensação térmica de -6ºC por causa do vento.... então optei por lugares fechados, começando pelo museu Victoria & Albert, fundado em 1852. 

Este museu tem uma coleção incrível de objetos de devoção do início do cristianismo, além de muita arte medieval. Comecei a andar pelo museu, e logo recebi uma mensagem de umas amigas da escola para me encontrar com elas em outro museu, então nem conheci muito o V&A. 

Esculturas de 1320, no V&A
Ala medieval do V&A

Encontrei minha amiga da Espanha e fomos para o Museu de Londres, que conta detalhadamente a história da cidade. Nesta altura do campeonato, a neve estava intensa. Pena que não chegou a acumular, pra brincar de guerrinha e tal. Mas deu pra tirar algumas fotos. 

Maria morrendo de frio (eu tb)
Maria, Vega - Espanha - e Pegs - Osasco

Bola de neve
A Vega tem um sotaque muito forte e difícil de entender, então passei uns perrengues com ela. Por exemplo, quando saímos do museu e fomos procurar um lugar pra comer, ela disse: 'vamos comer a Madonna!' Eu só consegui responder: 'OI?' E ela repetiu: 'vamos comer a Madonna!' Eu quase falei pra ela: mas minha filha, a Madonna tá velha já, não tá mais boa pra essas coisas... PORÉM preferi dar meu celular pra ela e pedir pra digitar o lugar. Para minha surpresa, ela digitou: Mc Donald's....

De noite encontrei com o povo da escola para irmos numa balada. Nos encontramos na estação Leicester Square, no centro, e até então eu não sabia onde íamos, pois as meninas ficaram encarregadas de escolher o lugar. Quando chegamos, tive a impressão de ser um clube GLS. Não sei porque, mas talvez pelo nome do lugar ser G.A.Y.... Os meninos do grupo olharam para mim  com aquela cara: o que viemos fazer aqui??? Mas as meninas disseram que era o melhor clube porque não tinha que pagar pra entrar, etc, etc, etc. Então ficamos por ali mesmo, até que uma hora depois teve uma briga feia dentro do lugar, então saímos e fomos para outro lugar. Nesta altura do campeonato eu já estava meio trilili. Até porque tava todo mundo bebendo cerveja e eu não podia fazer feio, senão o que eles iam pensar dos brasileiros??? O bom foi que perdi a vergonha e mandei bem no grupo por causa do Just Dance do xbox. 

Festinha... Da esquerda para a direita: Andres (Colômbia), Vega (Espanha), Ekk 1 (Thailândia), Lisa (Itália), Natasha (Itália), Ekk 2 (Thailândia) e Pegs (Osasco mesmo)

Resultado: cheguei em casa de madrugada e capotei. No domingo, acordei com aquela dor de cabeça por causa da música alta e também da cerveja, e passei o dia de ressaca, saindo de casa só pra comer. 

Na segunda-feria a seleção Brasileira de futebol jogou contra a Rússia aqui no estádio do Chelsea, e consegui comprar ingressos. A experiência de conhecer o estádio e assistir um jogo foi bacana, ainda mais na companhia de meus amigos italianos que foram comigo. Mas também pude ver que a nossa seleção está precária, e não merece a camisa que veste. A impressão que tenho é que a seleção é formada por um monte de moleques que só estão ali pelo dinheiro. 

Junto com meu amigo Tobia (Itália) no estádio do Chelsea





Galvão Bueno olhando pra mim bravésimo


Mesmo a seleção jogando mal, ainda tentei animar a torcida puxando o corinho "CHUPA SKAVUSKA", mas ninguém me seguiu.... então sentei e resolvi ficar quietinho mesmo.

Brasil x Rússia
Jogador da Rússia 'alongando'

No final do jogo, eu amigo italiano Tobia me disse: 'nossa, eu pensei que a seleção brasileira jogasse melhor...' eu só olhei para ele e respondi: 'eu também, meu amigo... eu também', com a vergonha estampada na cara.

Ainda bem que este não foi o único programa da minha semana... Na quarta fui para outro evento, muito melhor que o jogo: o musical 'O Rei Leão'. Foi incrível, e me emocionei do começo ao fim. Se você mora em São Paulo, não deixe de ver. Estreia aí na cidade neste final de semana. Foi uma das peças mais lindas que já vi em toda a minha vida.

Lyceum Theatre - Rei Leão em cartaz há anos

Agora estou ansioso para o feriado (que inclusive é de quatro dias aqui - sexta até segunda), pois vou para Paris, ver minha amiga Camila, que trabalhou comigo 5 anos atrás. Portanto, não perca o próximo post, sobre as aventuras do gordinho em Paris. Bom feriado e boa páscoa :)



terça-feira, 26 de março de 2013

Pegs News

Como dizia o Bamerindus em sua propaganda, há muuuiitos anos atrás, 'o tempo passa, o tempo voa'. Mas ó, minha poupança num tá numa boa não. Inclusive aceito contribuições pra manter o blog (aqueles). 

Brincadeiras a parte, o tempo está passando realmente rápido, e fica cada dia mais difícil de atualizar o blog. Logo, tenho muito assunto desde a última atualização, então dividirei em 2 posts, para não cansar vocês. Vamos lá:

No último post sobre Londres, parei no Hyde Park (se vc ainda não leu, aproveita e leia, clicando aqui). No dia posterior ao do parque, fui na estação de King's Cross para imprimir meus bilhetes para Edimburgo. Aproveitei e conheci a estação, famosa por ser a estação usada na saga Harry Potter, onde os bruxos pegavam o trem para a escola de magia e bruxaria de Hogwarts na plataforma 9 3/4 da estação. Dentro da estação tem um shopping, com lojas de produtos do Harry Potter e a plataforma 9 3/4. É um pequeno paraíso para qualquer fã do Harry Potter (tipo eu).

King's Cross
Plataforma 9 3/4, onde parte o trem para Hogwarts 
Loja do Harry Potter

Do outro lado da rua, fica a estação de St. Pancras, muito maior e mais bonita/antiga que a vizinha. Esta é a única estação que tem ligação com países fora do Reino Unido. Ou seja, todos que vão para a Europa de trem a partir do Reino Unido passam por esta estação. Sua fachada gótica de tijolos vermelhos é capaz de tirar o fôlego de qualquer pedestre que esteja perambulando por ali desde 1874, época em que o prédio foi construído. 

Estação St Pancras
St. Pancras - com os trens da Eurostar

Estava andando pelo interior desta estação quando de repente olho para a porta e vejo que estava nevando forte lá fora. Corri para ver a neve e consegui filmar:


Na escola, fui me aproximando cada vez mais de meus novos amigos e começamos a fazer alguns programas juntos. O primeiro deles foi um esporte praticado com uma corda, chamado Slacklifee. Consiste em esticar bem uma corda entre duas árvores e andar por cima dela, se equilibrando e fazendo acrobacias. Todos testaram, e quando chegou na minha vez, gentilmente agradeci e disse que a corda não suportaria meu peso. O dono da corda logo concordou, mas os outros alunos insistiram, então tive que subir, para desespero do menino que tinha comprado a corda. Felizmente ela foi forte o bastante para aguentar os 2 segundos que fiquei em cima dela, antes de cair. 

Slacklifee - Andres (Venezuela), eu e Lisa (Itália)
Da esquerda para direita: Natalia (Polônia), Vega (Espanha) e Lisa (Itália)

Na quinta-feira da semana passada teve uma mobilização no metrô para conscientizar as pessoas a respeito da qualidade de vida e felicidade. Fui na estação de Liverpool Street para ver como seria, e tinha bastante gente com placas motivacionais, chamando as pessoas para conversar sobre como ser feliz. Achei bacana, pois os ingleses estão cada vez mais se aproximando dos americanos no quesito "workaholic", ou seja, estão trabalhando cada vez mais sem se preocupar com a qualidade de vida.

Movimento motivacional na estação Liverpool Street

Neste mesmo dia, aproveitei que estava perto do centro financeiro de Londres e fui conhecer o "The Gherkin", famoso prédio concluído em 2004 em formato de pepino (daí vem o seu nome - Gherkin - que em inglês é pepino em conserva).

Centro financeiro de Londres
Gherkin - o pepino de Londres

Na sexta, saí de aula e fui conhecer a parte norte do bairro de Kensington e o Holland Park, outro parque gigante da cidade. Kensington é o bairro dos bem nascidos, então nem preciso falar que fiquei igual besta andando pelas ruas, onde 4 em cada 5 carros são de luxo, as casas possuem nomes (nomes acompanhados pela malavra mansion - mansão) e as lojas fazem inveja pra qualquer shopping Iguatemi. E as lojas de doce então... nem se fala... fiquei igual cachorro olhando máquina de frango na padaria.

Igreja antiga em Kensington
Kensington
Loja de doces em Kensington

Durante a semana passada fez muito frio. Muito mesmo. A temperatura não passou de 2ºC, e o vento gelado fez com que a sensação térmica chegasse a -14ºC. Então na maioria dos dias fiquei em casa. Tanto que no final de semana eu estava louco pra passear, mesmo com o frio. Inclusive no sábado nevou o dia todo, mas isso conto no próximo post. Enjoy. 

terça-feira, 19 de março de 2013

Edimburgo - um sonho que custou um pouco caro, mas valeu a pena

Desde pequeno sempre tive o sonho de conhecer Edimburgo, a capital da Escócia. Naquela época, nem sabia o que era Reino Unido, o que era Escócia ou onde isso tudo se localizava no mapa mundi. Este desejo aumentou ainda mais em 1995, quando vi o filme "Coração Valente", vencedor de 5 Oscar's e estrelado/realizado por Mel Gibson. A história se passa em sua maior parte na Escócia, e as paisagens são de arrepiar. 


Coração Valente

Para quem assim como eu não gostava das aulas de geografia, a Escócia ocupa todo o norte do Reino Unido, veja:


Reino Unido na cor mais escura, acima da Europa
Reino Unido - Escócia em verde, e a capital Edimburgo em destaque  - verde escuro. Londres em laranja escuro

Quando decidi estudar por estas bandas, a primeira coisa que me veio na mente seria a proximidade entre Londres e Edimburgo - 650 Km. Logo planejei uma viagem de final de semana, e neste final de semana pude realizar este sonho. Porém como nada é de graça neste mundo, passei por uns perrengues dos bons. Vamos lá:

A viagem de trem entre Londres e Edimburgo dura quase 5 horas. Saí de Londres na sexta às 14h, e cheguei em Edimburgo às 16:30. O trem é confortável e viaja a quase 200Km/h, fazendo 5 paradas em média. Antes mesmo de sair do Brasil, comprei as passagens e verifiquei os hotéis. Vi que os hotéis estavam um pouco acima do meu orçamento... então decidi me hospedar em um hostel, pela primeira vez na vida. 


Trem de Londres para Edimburgo

Meu trem chegou na estação Waverley. Esta estação fica bem no centro da cidade, e de lá para o hostel foi uma caminhada de apenas 10 min. Reservei o Castle Rock Hostel, que fica exatamente na frente do Castelo de Edimburgo. Gostei da decoração e do clima do hostel, que tem funcionários bem humorados e prestativos. 


Hostel com decoração de castelo - foto da internet
Hostel bem na frente do castelo

Deixei a mala lá e saí pra jantar e tirar fotos, já de noite. Andei pela avenida principal, a Royal Mile, e tropecei umas 5 vezes, pois não conseguia olhar pro chão de paralelepípedo, de tão maravilhado que fiquei com as construções. Comecei a fotografar, e em menos de 5 min um cara veio falar comigo, pedindo para ver minhas fotos e me dando dicas. No começo achei muito estranho e fiquei até um pouco assustado, mas depois vi que ele cumprimentava todas as pessoas das lojas ao redor, então fiquei mais calmo. Começamos a conversar e tirar fotos, e este foi o resultado:


Royal Mile
St Giles Cathedral

Voltei pro hostel, tomei banho e fui tentar dormir.. e aí começaram os problemas. Reservei um quarto compartilhado, então tive que dividir com mais 3 marmanjos que nunca vi na vida. Me deram a cama de cima da beliche, e quando percebi isso, perguntei pro recepcionista: aguenta meu peso?? Mesmo ele confirmando, eu vi que o menino da Malásia que estava na cama de baixo estava mais preocupado que eu... afinal, era o dele que tava na reta. Subi na cama e ela pareceu resistente... então logo peguei no sono.

Não tinha dormido nem uma hora quando fui acordado pelo outro hóspede, que chegou abrindo a porta e acendendo a luz do quarto em plena madrugada (devia ser Brasileiro o traste). Ele logo apagou a luz e dormiu, e eu não consegui mais pregar o olho, porque o cara de Johannesburgo que estava na cama ao lado roncava DEMAIS. Assim que deu 6 horas da manhã, levantei e acendi a luz, para pegar minhas coisas e tomar banho. Fiz bastante barulho e acordei todos eles. Minha vingança foi bem sucedida.

Saí para a rua antes das 7am e vi que o tempo estava chuvoso, mas mesmo assim fui andar pel centro da cidade. O centro de Edimburgo é dividido em e partes: New Tonw, Old Town e West End:


Mapa do centro de Edimburgo
New Town é a parte mais 'nova' da cidade e a moradia dos ricos e bem sucedidos (Silvio Santos deveria ter uma casa aqui). A primeira fase desta região foi construída em 1700 (olha que nova), com a finalidade de aliviar o congestionamento da velha cidade medieval. As casas e comércios de lá refletem um pouco da vida na cidade no século 18, e posso dizer que é muito agradável andar por estas ruas, mesmo com chuva incessante. Meus locais preferidos da região são: a Dean Bridge, ponte construída em 1829, e a Moray Place, praça com 12 lados (na verdade eu tenho certeza que ela é redonda, mas eles insistem em dizer que tem 12 lados) rodeada por uma série de casas suntuosas, incluindo algumas embaixadas. 


Dean Bridge 
Vista da Dean Bridge
Moray Place

Saindo de lá, parei na National Portrait Gallery para me secar, pois já estava ensopado nesta altura do campeonato. Nem consegui tirar muitas fotos, e usei mais o celular, para não molhar a câmera na chuva forte. 


National Portrait Gallery

Ao sair da galeria, voltei para a cidade velha e parei na St Giles Cathedral (tem foto da fechada dela no início do post), a principal igreja da cidade. Foi nela que John Knox dirigiu a reforma escocesa, em 1560, e isso indica que ela é velha pra cacilds. Na verdade, na época de Knox ela já era velha, pois começou a ser construída em 854... isso mesmo, 854 (claro que já passou por um monte de reformas e restaurações). Seu interior é lindo, e a fachada é gótica. Dentro dela podemos ver vários túmulos de pessoas que fizeram parte da história de Edimburgo. 


Interior da catedral St Giles
Teto abobadado


Estátua de John Knox dentro da catedral

Depois da catedral fui direto para o Castelo de Edimburgo, e nesta altura do campeonato já estava nevando forte. Eu sei que deveria ficar entusiasmado com a neve e tal, mas ela estava começando a me incomodar, pois fiquei ensopado e não conseguia tirar fotos. Eu tava numa cidade que sempre sonhei em conhecer, e não conseguia aproveitar muito por causa do mal tempo!! Fiquei meio puto, mas beleza, não poderia deixar isso estragar minha viagem. 


Castelo de Edimburgo


Entrada do castelo
Nevou muito neste dia
Quando entrei no castelo, toda a minha raiva passou na hora, e deu lugar para a admiração. Fiquei por lá 4 horas, e conheci cada canto. Gostei muito do museu de guerra, da capela e das prisões.


Uma das alas do castelo

O castelo fica em cima de um extinto vulcão, e seus prédios foram construídos ao longo dos anos, do século 12 ao século 20. 

Não me importaria de ficar lá o resto do dia, mas ainda tinha muita coisa pra fazer. Então segui adiante e parei no  The Scotch Whisky Experience, uma espécie de museu do Whisky, bebida nacional da Escócia. Foi incrível! Entrei em um carrinho estilo 'casa do terror' que me levou por um caminho onde eu pude aprender a história do whisky e como ele é feito. No final do caminho, entrei numa sala onde aprendi os 4 principais tipos de whisky e pude degustar. Saí de lá trilili. Ainda pude ver a maior coleção do mundo de garrafas da bebida, que pertencia a um Brasileiro, e ele devolveu para a terra de origem. Foi simplesmente fantástico.


Maior coleção de whisky do mundo

Após o museu, parei rapidamente para almoçar (já era mais de 16h) e voltei para o hostel, para trocar a roupa molhada. De noite saí para conhecer mais a Old Town e a parte leste da cidade, cheia de pubs. Todos os bares estavam extremamente lotados, por causa do St. Patrick's day, data que eles levam muito a sério aqui. Eu nunca vi tanta gente bêbada na vida. Foi engraçado.


Old Town

No domingo, tive que fazer o check-out cedo no hostel, e fiquei andando o dia todo com minha mala pois não achei lockers na cidade. Como não estava chovendo pela manhã, resolvi escalar o monte Arthur's Seat, para ver a cidade lá de cima. Depois de 20min de caminhada já tava arrependido, pois começou a chover e virou o maior barro, mas mesmo depois do terceiro escorregão, não desisti. Levei quase duas horas para chegar no topo, ofegante (como bom gordo que sou) e ensopado, mas a vista compensou todo o prejuízo:

Vista do topo do Arthur's seat - com o castelo ao fundo

De lá passei rapidamente no Holyhood Palace, residencia oficial da rainha, e segui pela Royal Mile, a avenida principal de Edimburgo. Ela tem esse nome pois começa no Castelo e termina na residencia da rainha, uma distância exata de 1 milha. 

Holyhood Palace
Tem muita coisa legal na avenida, como lojas, pubs e igrejas. Passei o resto da manhã e um pouco da tarde lá. 

Taverna na Royal Mile

No meio da tarde, estava exausto por carregar a bagagem e cansado de tomar chuva.... Decidi que ia almoçar e esperar na estação até meu trem partir. Mal sabia eu que ainda ia mudar de ideia.

Quando estava almoçando, olhei pela janela e vi que tinha parado de chover. Aí terminei o almoço e saí. Para minha surpresa, o tempo tinha aberto. Até o sol tinha aparecido. Saí correndo igual um louco, com mala na mão e mochila nas costas, barriga cheia e tudo. Afinal, meu trem ia partir dentro de duas horas. 

Tinha que chegar até a Câmera Obscura, um observatório da cidade. Mas para chegar lá tive que subir muita, muita ladeira. Me esforcei e comecei a subir, literalmente correndo por vielas medievais e escadas gigantes, o que me deu uma cãibra na perna que vcs não tem noção... gordo não pode correr gente. Sem falar no mico que paguei correndo igual um louco cheio de malas e atropelando as pessoas. 

Finalmente cheguei no local, mas nem consegui falar com o rapaz do caixa, pois estava sem ar. Só consegui apontar na parede o tícket que queria e entreguei o cartão pra ele. Quando ele me deu o tícket, disse: o observatório fica no quinto andar, e não temos elevador... se olhar matasse, ele estaria morto na hora. Levei mais tempo para subir os 5 andares do que para correr da estação até ali. 

Mas olha, não me arrependo... agi por espontaneidade, e fui recompesado com o melhor passeio de toda a viagem. Além do local ser bastante divertido, tive o prazer de ver a cidade lá de cima. Vejam se não valeu a pena o esforço:

Edimburgo vista de cima
Vamos esquiar galera?


Enfim meu tempo acabou, e entrei no trem. Pensei que estaria a salvo de qualquer imprevisto, mas fui tolo. Meu trem quebrou e fiquei parado por três horas. Resultado: cheguei em Londres quase 1h da manhã e o metrô já tinha fechado. Todo mundo foi pra fila do táxi  e eu pobre sem um tostão no bolso fui procurar um ônibus que fosse para os meus lados. Descobri um e consegui pegar. Cheguei em casa às 2:20am, exausto. Quando fui abrir a porta, estava trancada por dentro. A casa não tem campainha, e não iria bater na porta, pois minha família aqui dorme no terceiro andar, e seria mais fácil acordar o bairro inteiro antes de acordar eles. 

Fui para um hotel aqui perto, e não tinha vagas. Nesta altura do campeonato, nem conseguia mais raciocinar, de tão cansado que estava. Fiquei na rua pensando, num frio de 2ºC, e resolvi entrar no ônibus que ia para o aeroporto, para me proteger do frio. Passei a noite em claro no aeroporto, e voltei pra casa às 7am. 

Resolvi tomar um banho e ir para a escola, pois não queria perder mais um dia de aula (já tinha faltado na sexta para ir viajar). Passei no starbucks para comprar um café dos grandes e cheguei na aula feliz, por saber que mais nada de ruim poderia acontecer.... até que entrei na sala e a professora disse: você está 5 minutos atrasado para a prova!